Por
Marcelo Villela, março 24th, 2016, 4:29
Phosagro, terceira maior fabricante
de fertilizantes de fosfato do mundo, vê o mercado superando um começo de ano
“assustador” quando os agricultores brasileiros costumam usar os lucros para
comprar mais nutrientes para o solo.
Os preços médios de fosfato
diamônico, uma referência, provavelmente vão subir de US$ 360 para US$ 380 a
tonelada, em Tampa, Flórida, de acordo com o CEO da empresa Andrey Guryev.
James O’Rourke, CEO da rival Mosaic, disse no início deste mês que a demanda
por fosfato vai atingir um recorde este ano.
Os preços globais de
fertilizantes fosfatados atingiu a maior baixa de dois anos em janeiro e
fevereiro, depois que a China inundou o mercado após a remoção de um imposto de
exportação e os agricultores diminuindo a compra de nutrientes. Os preços em
algumas regiões subiram quando o país asiático e outras empresas diminuíram
produções não lucrativas. A demanda do Brasil, entre os cinco maiores usuários,
pode subir 34 por cento este ano, pois um real fraco ajudou a reduzir os custos
dos agricultores e aumentar seus lucros, disse Guryev.
“A situação no início do ano
parecia assustadora”, com a turbulência nos mercados chineses também
contribuindo para a queda dos preços, disse Guryev em uma entrevista em Moscou.
“Todas as coisas ruins que poderiam ter acontecido, aconteceram no ano passado,
então os preços devem se recuperar”.
Mercado Brasil
A Phosagro controla cerca de 20
por cento do mercado brasileiro de fertilizantes fosfatados monoamônio
importados. Os chamados MAP e DAP estão entre os mais populares tipos de nutrientes.
A empresa com sede em Moscou compete com empresas como a Mosaic da América do
Norte e Potash de Saskatchewan.
A previsão da Phosagro “seria um
nível muito bom para o mercado”, afirmou por telefone Elena Sakhnova, analista
da VTB Capital. “No ano passado a Phosagro teve uma visão precisa do mercado,
prevendo um grande aumento na demanda indiana”.
Os agricultores brasileiros podem
importar até 6,7 milhões de toneladas de fertilizantes fosfatados este ano,
contra 5 milhões em 2015, quando a crise econômica do país cortou a demanda,
disse Guryev. Os agricultores também estão se beneficiando de preços mais
baixos de energia que diminuíram os custos de entrada, enquanto os preços das
safras permanecem estáveis e os problemas de crédito no Brasil foram flexibilizados,
afirmou. O preço no Brasil se recuperou para US$ 365 por tonelada, disse
Guryev. Tinha caído para US$ 340 em janeiro.
A Argentina, que cortou compras
para cerca de 600.000 toneladas no ano passado, também está aumentando a
demanda novamente e já comprou 300.000 toneladas no primeiro trimestre, disse
ele. Enquanto o uso europeu pode ter mudado pouco, o consumo na Ásia deve
continuar forte, prevê a Phosagro. A Índia aumentou as importações de
nutrientes de fosfato em cerca de 50 por cento, chegando a 6 milhões de
toneladas no ano passado e pode comprar uma quantidade similar em 2016, disse
Guryev.
Corte de produção
Os preços também devem ser
apoiados com a saída do mercado de produtores não rentáveis na China e na
Europa, disse ele. Em contraste, a Phosagro, cujos custos de cerca de US$ 128 a
tonelada são a metade da média da indústria, planeja aumentar a oferta em cerca
de 5 por cento este ano, disse Guryev.
O rublo mais fraco tem ajudado a
reduzir os custos da Phosagro, enquanto a tecnologia tem permitido processar o
fosfato do minério que sobra da produção anterior, reduzindo a necessidade de
mineração. Ela possui 30 milhões de toneladas de minério, o suficiente para
sete anos de tratamento, disse o CEO.
Nem toda a produção adicional
será enviada ao exterior, pois a demanda está crescendo entre os agricultores
russos que se beneficiaram com a queda do rublo, disse Guryev. A empresa
concordou em limitar os aumentos de preços para os agricultores locais a 5 por
cento até o final da época de semeadura em relação aos níveis de janeiro, disse
ele.
A empresa disse na quarta-feira
que seu lucro antes dos juros, depreciação e amortização mais que duplicou em
2015 subindo para 82,5 bilhões de rublos (US$ 1,2 bilhão). A receita aumentou
54 por cento.
Título em
inglês: Phosagro Sees Phosphate Market Ready for Recovery on Brazil (2)
Fonte:
UOL
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