França ameaça
proibir "coletes amarelos" na Champs-Elysées
Publicado em 19/03/2019 - 07:57
Por Agência Brasil* Brasília
Depois de
violentos distúrbios ocorridos durante protestos dos "coletes
amarelos", o governo da França anunciou nessa segunda-feira (18) que vai
proibir manifestações do movimento em bairros de Paris, Bordeaux e Toulouse, em
caso de suspeita de possíveis atos de depredação.
"A
partir do próximo sábado [23], proibiremos protestos de 'coletes
amarelos' nos bairros mais atingidos assim que identificarmos a presença
de grupos radicais que querem causar danos", anunciou o primeiro-ministro
francês, Edouard Philippe, em pronunciamento na televisão.
Segundo
Philippe, a proibição será aplicada, por tempo indeterminado, em locais que são
alvos de repetidas destruições desde o início dos protestos em novembro. Entre
as regiões atingidas pela medida estão a Avenida Champs-Elysées em Paris, a
Praça de Neuberg em Bordeaux e a Praça do Capitólio em Toulouse.
Cerca de
10 mil manifestantes participaram dos protestos no último sábado (16)
na capital francesa, segundo estimativas da polícia. De acordo com Philippe,
cerca de 1,5 mil radicais se juntaram ao grupo para promover distúrbios.
"Esses eram atos criminosos. A resposta do governo precisa ser
forte", ressaltou o premiê.
Além da
proibição, o governo demitiu o chefe da polícia parisiense, Michel Delpuech,
alvo de críticas depois do caos instaurado em Paris no último sábado. Philippe
reconheceu que houve falhas na condução das operações durante o protesto.
O
primeiro-ministro anunciou que os policiais destacados para os protestos terão
mais autonomia para agir e receberão reforços de equipamentos, incluindo
drones. O premiê comunicou o aumento da multa por participação em protesto não
autorizado, passando dos atuais 38 euros para 135 euros.
No 18º
fim de semana consecutivo de manifestações contra o presidente Emmanuel Macron,
várias lojas foram pilhadas e incendiadas no centro de Paris. Houve confrontos
entre manifestantes e policiais, que responderam com gás lacrimogêneo e canhões
de água. A polícia afirmou que 42 manifestantes, 17 policiais e um bombeiro
ficaram feridos. Quase 240 pessoas foram presas.
Os
protestos começaram no dia 17 de novembro, com motoristas irritados com um
aumento dos impostos sobre combustíveis, e ganharam dimensões maiores, passando
a incorporar queixas sobre as políticas do presidente, que, segundo o grupo,
beneficiam apenas os mais ricos.
Grande parte da indignação dos manifestantes tem origem na queda da renda doméstica e na crença de que o presidente, um ex-banqueiro de investimentos considerado próximo a grandes empresas, é indiferente às dificuldades das classes mais baixas. A adesão aos protestos vem diminuindo nos últimos meses.
*Com informações da Deutsche Welle (agência
pública da Alemanha)
Edição: Graça Adjuto
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