Nossas florestas, nossos frutos...

Segredos do bacuri da Amazônia
ED. 238 | DEZEMBRO 2015







 Bacuri: a casca é maior que a polpa e rica em moreloflavona, substância com ação antioxidante

Resíduos formados por cascas de frutas em indústrias de sucos, polpas e doces são, em grande parte das vezes, um problema que esconde surpresas, como é o caso do bacuri (Platonia insignis), um fruto da região amazônica. Indústrias de pequeno porte ou familiares jogam no lixo as cascas desse pequeno fruto rico em uma substância chamada moreloflavona. “Esse flavonoide possui ação antioxidante e anti- -inflamatória conforme demonstrado por testes enzimáticos in vitro”, diz Maria Luiza Zeraik, professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Ela participou do estudo quando fez estágio de pós-doutorado no Departamento de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara, integrante do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) da FAPESP, sob a supervisão da professora Vanderlan Bolzani. “O projeto sobre frutos endêmicos do Brasil vem revelando uma riqueza molecular incrível. No caso do bacuri, o que mais me impressionou foi constatar que a casca contém a moreloflavona, o que não é comum”, diz Vanderlan. “Cinco miligramas dessa substância custam em torno de US$ 60”, diz Maria Luiza. Ela diz que o processo de extração desse flavonoide das cascas é simples e rápido, podendo ser facilmente reproduzido em escala industrial. “Acredito que a pesquisa possa chamar a atenção de empresas para o aproveitamento das cascas de bacuri com o objetivo de desenvolver um antioxidante natural para cosméticos”, diz Vanderlan.

Segurança alimentar
ED. 236 | OUTUBRO 2015


O presidente do CNPq, Hernan Chaimovich (esq.), entrega um dos prêmios Jovem Cientista 2015

Bárbara Rita Cardoso, pesquisadora de pós-doutorado na Universidade de Melbourne, na Austrália, recebeu da presidente Dilma Rousseff o Prêmio Jovem Cientista, concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), na categoria Mestre e Doutor. No ano passado, Bárbara defendeu sua tese de doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP). O trabalho indica que o consumo diário de castanha-do-brasil, nome oficial da castanha-do-pará, pode ajudar a reduzir o risco de eclosão da doença de Alzheimer em idosos que estão no começo do processo de perda da cognição. “A introdução da castanha na dieta dos idosos pode ser uma estratégia simples para diminuir as chances de o Alzheimer avançar”, disse Bárbara. O tema escolhido para a 28ª edição do Prêmio Jovem Cientista foi segurança alimentar e nutricional. Na categoria Ensino Médio, a campeã foi Joana Meneguzzo Pasquali, do Colégio Mutirão de São Marcos, em São Marcos, Rio Grande do Sul, com uma pesquisa sobre um kit detector de substâncias tóxicas no leite. Na categoria Ensino Superior, o contemplado foi o estudante Deloan Edberto Mattos Perini, da Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFFS), Rio Grande do Sul, com um trabalho sobre o potencial da agricultura urbana no abastecimento de alimentos em cidades de pequeno porte.


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