Brasileiro é escolhido um dos 50
melhores alunos de MBA do mundo
Hoje consultor da Bain &
Company, Bruno Valle explica por que se destacou em 2015 e dá dicas de como
aproveitar ao máximo a experiência no exterior!
Por
Nathalia Bustamante
Ser aprovado em um MBA de
excelência no exterior é difícil – as escolas mais tradicionais admitem, em
geral, menos de 10% dos candidatos. Estar entre os melhores alunos das mais
prestigiadas escolas parece quase impossível. Mas é esse o feito de Bruno
Valle, de 29 anos, que, em 2015, foi eleito um dos 50 estudantes de MBA mais
promissores de todo o mundo pela associação Poets and Quants. Ele cursava o último ano MBA na
Kellogg
School of Management, em Chicago, nos EUA, e foi o único
brasileiro a figurar entre os 50 nomes.
Eu sabia que isso tornaria a
experiência mais rica: ter contato com pessoas com pontos de vista muito
diferentes
O ranking é elaborado anualmente
e leva em conta, além do desempenho acadêmico, a participação dos alunos em
projetos da universidade, histórico pessoal e profissional e perspectivas
futuras.
“Para mim, o que mais vale deste
reconhecimento que recebi é que sei que ele se deve ao trabalho de toda a
equipe que construí”, observa ele em referência à atuação do LAHIMA – ou
Associação de Estudantes Latino-Americanos, Hispânicos e Ibéricos da
Universidade, da qual assumiu a co-presidência no seu primeiro ano de MBA.
A “chapa” formada por ele e
outros colegas se propôs a criar uma ponte entre os estudantes da região e as
lideranças da universidade, definindo planos de ação, promovendo palestras e
participando ativamente de discussões com a direção do curso e com
representantes de outros grupos. “Estávamos ali com o propósito de ajudar o
estudante latino-americano e melhorar a própria universidade em que estudávamos.
Mas, além disso, também foi uma oportunidade de conhecer muita gente nova”,
comenta ele, que hoje é consultor da Bain & Company.
Além da liderança da LAHIMA,
Bruno acredita que se destacou no MBA por mostrar-se sempre curioso. “Eu sempre
quis aprender mais, entender o que estava acontecendo… Participava de eventos,
conversava com palestrantes sempre que tinha a chance. É uma oportunidade única
de troca de ideias, e o aluno tem que estar muito aberto para o diferente”,
avalia.
Aproveitando ao
máximo o MBA – A
cultura colaborativa da Kellogg School of Management foi o que mais chamou a
atenção de Bruno enquanto ele decidia para qual universidade gostaria de ir.
Lá, são frequentes os trabalhos em equipe. “Eu sabia que isso tornaria a
experiência mais rica: ter contato com pessoas com pontos de vista muito
diferentes e que queriam ajudar a fazer um projeto melhor”, complementa.
Há tanta coisa acontecendo ao
mesmo tempo que, se o aluno não tiver foco, pode se perder facilmente entre
todos os compromissos que assumiu
Um dos exemplos desta cultura é o
currículo que inclui a participação em clubes de empreendedorismo. Neles, as
turmas são divididas em times de alunos que, no decorrer de três semestres,
precisam desenvolver uma nova ideia de negócio, apresentá-la a investidores
reais e lançar, efetivamente, o piloto do produto. “Aprendi com isso diversas
habilidades aplicáveis a outros contextos, como resolução de problemas e
pensamento rápido”, explica.
Para Bruno, um dos maiores
desafios do MBA era conseguir manter o foco em meio ao alto volume de
atividades, workshops, projetos e eventos – o que também demandava um alto
nível de energia. “Há tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que, se o aluno
não tiver foco, pode se perder facilmente entre todos os compromissos que
assumiu”, alerta.
Graduação fora – O MBA
não foi a primeira experiência de Bruno estudando fora do Brasil. Sua graduação
foi em Ciências Políticas com foco em Economia Política, pela Universidade da
Pensilvânia – uma experiência que, segundo ele, influenciou os rumos que sua
carreira seguiria. “O legal da graduação nos Estados Unidos é que você só
precisa definir sua especialização dois anos depois de começar o ciclo básico.
Então tive oportunidade de testar, lidar com diversos assuntos diferentes até
definir o que eu queria fazer”.
Enquanto buscava disciplinas
eletivas nas áreas que mais lhe interessavam – economia e ciências políticas –
Bruno descobriu que gostava de lidar com resolução de problemas e assuntos
globais. Concluindo a graduação, encontrou na carreira em consultoria a
possibilidade de aplicar sua curiosidade, ao trabalhar em diferentes setores e
negócios.
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