Vereadores
do Rio aprovam lei que estabelece a criação de casas de parto
- 28/09/2017 16h31
- Rio de Janeiro
Raquel
Júnia - Repórter do Radiojornalismo*
A cidade do Rio de Janeiro poderá
ganhar novas casas de parto e centros de parto normal – vinculados a hospitais
–, nos próximos cinco anos. A prioridade será atender a áreas com menor Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH), segundo prevê projeto de lei aprovado na
Câmara de Vereadores, no início da semana.
A única casa de parto da capital
fluminense é a David Caspitrano Filho, localizada no bairro de
Realengo, na zona norte. A unidade tem capacidade de assistir a 25 partos de
baixo risco por mês. Em 13 anos de existência, já fez cerca de 3 mil, sem
registro de morte maternas.
“As casas de parto, com uma
concepção de atendimento integral à saúde da mulher, oferecem um pré-natal que
contempla o atendimento de assistentes sociais, nutricionistas e atividades
educativas que estimulam o vínculo com o recém-nascido, os cuidados com o bebê,
o incentivo à amamentação e a consciência corporal”, esclarecem os vereadores
autores da proposta.
O projeto aprovado estabelece a
criação de pelo menos cinco novos centros ou casas de parto normal nos próximos
cinco anos, caso sancionado pelo prefeito, Marcelo Crivella.
O objetivo é assegurar às
mulheres o direito de parir sem intervenções desnecessárias e com mais
conforto, afirma a presidenta da Comissão de Defesa da Mulher, a vereadora
Marielle Franco (PSOL).
“Até o custo das casas de parto é
bem menor [que o das maternidades], ainda mais diante do aumento da vontade das
mulheres de terem filhos de parto humanizado, naturais”, afirmou. “Estamos em
busca da redução do alto índice de cesarianas, então, que a prefeitura, de
acordo com eventual orçamento e prioridade, possa estabelecer essa ampliação”,
cobra.
Dados do Ministério da Saúde
mostram que 55,5% dos partos realizados em 2015
foram cesáreas, sendo menor na rede pública (40,2%). O índice
preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é 18%.
De acordo com especialistas, os
serviços oferecidos nas casas/centros de parto são muito diferentes dos
realizados em maternidades hospitalares. Nas casas é possível fazer um plano de
parto, há autorização para que as gestantes contem com a presença de
acompanhante e de doula, além de monitoramento do puerpério por pelo menos dez
dias. Os locais também são mais parecidos com uma casa, com cama de casal e
espaço para exercícios que aliviem as contrações. A parturiente também não
precisa parir, necessariamente, deitada.
A aprovação do projeto de lei foi
comemorada pela enfermeira obstétrica e diretora da Casa de Parto David Capistrano Filho,
Leila Azevedo. Ela afirma que a proposta contribui para uma mudança de visão
sobre o parto. “Se o projeto vinga, mais mulheres terão oportunidade de
vivenciar esse parto natural, prazeroso, com a presença da família, sem
intervenções desnecessárias e com resultados positivos para a mamãe e o bebê,
independente de seu status social”.
A criação das casas e centros de
parto foi enviado pela Casa Legislativa para sanção do prefeito Marcelo
Crivella e dá prazo de cinco anos para inauguração das unidades.
*Colaborou
Isabela Vieira
Edição: Lílian
Beraldo
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